domingo, 16 de junho de 2013

Minha Vida...

Durante minha infância eu não entendia porque tantos me apontavam e me criticavam por eu ser do jeito que eu era.
Muleca, que falava pelos cotovelos e adorava jogar bola.
Mas se tantos falavam, achei que estivessem certos, então decidi tentar ser o que queriam que eu fosse, tentar me “enturmar”, fazer parte de alguma coisa que eu pudesse chamar de amigos.
Parei de jogar bola com os meninos, e fui tentar jogar vôlei, deixei de lado minhas camisetas largas para começar a usar blusinhas coladas, como toda boa menina. Deixei de lado quem eu era para parar de ouvir aquele menino em frente ao bar me chamar de “machinho” cada vez que eu passava.
Eu tentava incansavelmente fazer parte de alguma coisa, mas não me sentia parte de nada. E até mesmo quando fui assediada por um professor na escola, cheguei a achar aquilo legal, até entender o que aquilo significava, eu estava me sentindo importante pra alguém.
Talvez se eu namorasse algum garoto, eu parecesse normal... e assim eu fiz, e assim eu cometi o maior erro da minha vida.
Mas tudo bem, o tempo passa, as feridas curam, e a vida começa a mostrar pra gente que o caminho que estamos trilhando não é o que gostaríamos.
Depois de um ano inteiro em crise, e mais provações... eu resolvi acordar, e resolvi novamente mudar, mas dessa vez mudar para voltar a ser eu.
Mudei de cidade, mudei de realidade, encontrei amigos, encontrei aceitação, e escancarei minha verdade, e para meu espanto agora não tinha mais dedos apontados, não tinha mais criticas... ou talvez até tivesse, mas eu não me importava mais. Eu não abaixava mais a cabeça, eu não estava mais disposta a viver para ninguém alem de mim mesma.
Hoje eu sou eu mesma, pra quem quiser ver, pra quem quiser falar, pra quem quiser criticar...
Hoje eu posso dizer que me sinto parte de alguma coisa. Hoje eu luto por quem eu sou, e deixar isso bem claro me faz bem, me faz viva.
Se pessoas se afastaram de mim por isso, que continuem bem longe, porque só me interessa as que permaneceram por perto.
Por mais que eu enfrente desafios, por mais que eu tenha que ouvir pessoas falando ao meu respeito com maldade, nada disso me tira a satisfação de poder, dia após dia, ser eu mesma.

Aqui eu me encontrei, aqui eu renasci, e tudo que vivi na minha infância e adolescência foram aprendizados que sempre levarei comigo.


By Karol Moraes

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