terça-feira, 15 de maio de 2018


A gente vive em sociedade, e nos deixamos diariamente manipular pelos padrões a nós impostos para que sejamos aceitos como parte do todo.
Por mais que seja em maior ou menor grau, todos, sem exceção, seguem o que parece certo.
“Parece certo” porque, como podemos perceber em outras culturas, de lugar para lugar essa concepção muda do que você pode ou não fazer.
E esses padrões, há gerações nos passados, veio de um Ser Superior e Supremo que quer nosso crescimento? Será mesmo?
Isso veio de uma elite patrimonialista e capitalista, que precisava de bons cordeirinhos para fazer o trabalho sem reclamar.
“Você precisa ser um lutador, trabalhador, guerreiro... quem não se mata trabalhando não consegue as coisas...” ouvimos coisas parecidas a vida inteira, não é mesmo?
E se pensamos assim, tudo que encontramos é trabalho, lutas e guerras.
Somos maior que isso, somos melhor que isso... mas precisamos começar acreditando, mudar a nossa visão para abrir os olhos de cada vez mais pessoas dispostas a viver de verdade.
Se precisamos batalhar tanto para ter nossas coisas, porque quase metade do nosso país vive na linha da pobreza? Porque a maior parte das pessoas que cruzam minha vida, ralam todos os dias, com discurso quase que robótico de que a vida está corrida, não deu tempo para me cuidar, viajar, passear... tenho que trabalhar mais e mais e mais... e ... nada muda, e a vida acaba, e continua um ciclo vicioso, destrutivo e infeliz.
Dá medo mudar? Muito. Todos sempre viveram assim, vai mexer no que está quieto?
Se quisermos conhecer a plenitude, alegria de verdade, viver em êxtase, não só vamos como é nossa obrigação fazer diferente. É nossa vida, é nossa história... o que temos a perder? Daqui a pouco nossa vida acaba, não é mesmo? Será muito triste vê-la chegar ao fim sem ter ao menos tentado.
Eu posso viver sem ter conquistado a casa mais bonita do bairro, mas eu não sou feliz sem ter momentos para dar boas risadas, sem dar e receber vários abraços todos os dias, sem receber um olhar sincero, uma mão na mão de afeto.
Eu posso viver sem ter comprado o carro do ano, mas não serei plena se eu não puder ir até uma cachoeira e ficar sentada ouvindo o som das águas, e deitar embaixo de uma árvore e sentir o cheiro, sem pensar em que horas são.
Eu posso continuar sobrevivendo aos dias, corrida, mostrando que sou a melhor trabalhadora, e lutadora, em uma competição sem fim... mas eu não quero lutar, eu quero fazer algo que torne nossos dias mais felizes, mais leves, mais em paz.



By Karol Moraes